Para Agnès...

Agnès Blanco tinha 5 anos
Uma simples criança francesa
Atropelada por um vagão
Mas pública era a empresa

O seu pai quis reagir
Interpôs em Bordéus uma ação
Como devia decidir
O Tribunal sobre a indemnização?

Alegou responsabilidade civil
Os empregados cometeram uma falha
Mas de facto o Contencioso,
Tinha de quebrar uma muralha

O Tribunal não tinha competência
De uma entidade privada não se tratava
De facto atribui razão,
Mas o Estado é que no final ganhava 

Era de matéria civil,
E não havia lei aplicável
Pois o Código de Napoleão,
Não se aplicava à Administração

Existia ainda uma promiscuidade
Que confundia justiça e administração
Era sim uma dificuldade
A que a Câmara não deu vazão

De um ato administrativo
Teria de se tratar
Para que Bordéus finalmente
Pudesse direito aplicar

Foi então o Conselho de Estado
A quem foi atribuída competência
Que finalmente a um privado
A uma pensão vitalícia deu existência

Estavam lançadas as bases
Para que a promiscuidade fosse resolvida
Causados danos por agentes do Estado
Havia responsabilidade objectiva

Este é o caso traumático
De uma simples criança francesa
Que manchou a Administração
De um direito em negação


M.Siddik Hameed
140111072



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